quarta-feira, 11 de novembro de 2009

SPM oficia o MPF e a Universidade Bandeirante sobre a expulsão da aluna Geisy Arruda

céa Freire tem reiterado que o que está acontecendo fere os princípios constitucionais e representa uma perda com relação a tudo o que o movimento feminista tem conquistado, por meio de muita luta, em décadas de atuação

Em virtude da expulsão da aluna Geisy Arruda, da Universidade Bandeirante de São Paulo anunciada ontem (08/11), a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) encaminhou, nesta segunda-feira (09/11), ofícios ao Ministério Público Federal e à Universidade Bandeirante de São Paulo, expondo a indignação diante da solução dada ao caso pela Uniban e cobrando providências.

Procurada pela imprensa do país inteiro para falar sobre o caso, a ministra Nilcéa Freire tem reiterado que o que está acontecendo fere os princípios constitucionais e representa uma perda com relação a tudo o que o movimento feminista tem conquistado, por meio de muita luta, em décadas de atuação. Diante da repercussão, ela concede entrevista coletiva, na sede da Secretaria, em Brasília, na tarde desta segunda-feira, às 15h.

Ontem, ao saber do desfecho do caso, os participantes do Seminário Mulher e Mídia 6, entre elas Nilcéa Freire, redigiram e aprovaram uma moção de repúdio considerando o que aconteceu com a aluna, atos de misoginia, discriminação e violência.

Assinado por 121 pessoas, o documento diz que é inconcebível escutar de um diretor de uma instituição de ensino superior que a “atitude provocativa da aluna resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar”.

O texto prossegue com a pergunta: “Perseguir, xingar, tocar, fotografar, ameaçar de estupro, cuspir em uma aluna que usou um vestido curto nas dependências da Universidade é defender o ambiente escolar?”.

O Seminário Mulher e Mídia 6 aconteceu no Hotel Novo Mundo, no Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 8. A promoção foi da SPM, do Istituto Patrícia Galvão - Comunicação e Mídia, do Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Mulher (Unifem) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Antes disso, na quarta-feira (04/11), a própria Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres já havia se pronunciado sobre o caso. A SPM solicitou esclarecimentos, providências, punição e acompanhamento das denúncias por meio de ofícios enviados ao reitor da Universidade Bandeirante de São Paulo, ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, ao ministro da Educação e à presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo.

No documento a SPM afirmava que o ocorrido feria os princípios constitucionais e as convenções internacionais ratificadas pelo Brasil, tais como a Convenção pela Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher - CEDAW e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher.


Fonte: ASCOM/SPM

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